Comprar carro importado: vantagens e desvantagens

Importar um veículo, sobretudo com as facilidades de cruzar fronteiras no Espaço Schengen, pode ser uma ideia aliciante. Conheça as vantagens e desvantagens.

A aquisição de um carro no estrangeiro permite conseguir um veículo mais potente a um custo menor. Isto prende-se com o facto de, na maioria dos países da União Europeia (UE), os automóveis serem mais baratos ao beneficiarem de políticas fiscais menos severas. Essa é, à partida, uma vantagem. No entanto, após a aquisição e transporte para Portugal, há todo um processo de legalização a cumprir. Por isso, antes de se fazer à estrada, analise as vantagens e as desvantagens de comprar um carro importado.

Vantagens de comprar um carro importado

Preço do carro importado

Não é preciso ir muito longe para perceber a enorme diferença de preços de um mesmo modelo entre países. Basta cruzar a fronteira: na vizinha Espanha, qualquer carro surge tabelado a preços mais baixos do que em Portugal. O argumento é muito usado por quem vive nas zonas fronteiriças e que tenha residência ou trabalhe no país vizinho. No entanto, à medida que nos dirigimos ao centro da Europa começamos a encontrar negócios verdadeiramente aliciantes, sobretudo entre os usados. É que, se em Portugal, um modelo de uma marca premium com cinco anos pode não passar de um sonho, dado o valor pedido, num país como a Alemanha consegue-se encontrar o mesmo automóvel com a mesma idade por um preço que torna a sua compra uma realidade.

Estado geral do veículo importado

O facto de ser muito comum a utilização de garagem em alguns países europeus permite que o automóvel usado se apresente num excelente estado de conservação. Isso é verdade nos exteriores, facilmente percetível pelo estado da pintura, mas também no habitáculo, pouco exposto a fatores como o sol.

Equipamento opcional

É cada vez mais comum as marcas dotarem os seus modelos com o que de melhor existe na lista de equipamento. No entanto, isso não acontece com as marcas premium que mantém um rol de itens entre os opcionais a pagar à parte. Por essa razão, poderá ser mais fácil encontrar entre os usados um automóvel bem equipado no estrangeiro do que no mercado nacional.

Desvantagens de comprar um carro importado

Processo de legalização de um carro importado

Após a compra, o automóvel comprado no estrangeiro tem de passar por um processo de legalização. Em Portugal, isso implica comparecer num centro de inspeções - a inspeção para pedido de nova matrícula tem um custo associado de 76,64€ - no qual deverá ser apresentado o Documento Único, o Certificado de Conformidade Europeu (COC) e o Modelo 9 do IMTT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres.
Logo a seguir, no IMTT, é necessário solicitar a homologação do COC. Segue-se a comparência nos serviços alfandegários da localidade da residência para preenchimento da Declaração Aduaneira de Veículos (DAV) e emissão do valor de ISV (Imposto Sobre o Veículo), que pode ser liquidado no local ou através de pagamento por multibanco nos dez dias seguintes. Para o cálculo deste contabilizam-se a idade do carro, a cilindrada do mesmo, as emissões de CO2 e o valor comercial. Se o carro tiver entre um e dois anos, o novo proprietário beneficia de um desconto de 20%; para viaturas com mais de cinco anos, o ISV poderá ser pago apenas pela metade. Após o pagamento dos valores de imposto, é na Alfândega que se procede ao pedido de matrícula nacional.

Falta de historial do veículo importado

Aqui entra o fator sorte. Tanto poderá encontrar uma viatura em excelente estado como ser enganado com um automóvel que já esteve envolvido inclusive em acidentes graves. O problema de adquirir um carro no estrangeiro é que será mais difícil rastrear o historial do veículo. Ainda assim, através da matrícula, tente perceber se se trata de um automóvel roubado antes de concretizar o negócio.

Quilómetros reais de um carro importado

Com o enorme desenvolvimento tecnológico dos automóveis poder-se-ia pensar que seria mais fácil impedir a manipulação do conta-quilómetros. Mas, o que acontece é precisamente o oposto. A adulteração dos conta-quilómetros digitais é ainda mais fácil do que a dos antigos analógicos. Em muitos casos, basta ligar diretamente à centralina do motor um minicomputador com a aplicação certa.