O XF Sportbrake é apenas a segunda carrinha na
história da Jaguar. Mas mais do que uma variante mais familiar, vem
mostrar um lado mais ativo e jovial da fleumática marca de Coventry.
De facto, as carrinhas estão longe de ser uma
tradição na Jaguar, cuja história se escreveu sobretudo através de
berlinas de luxo e roadsters desportivos. Para Sir William Lyons,
fundador da marca, este teria sido um desafio diferente. Será que
aprovaria?
O primeiro e último modelo com este tipo de carroçaria
foi o X-Type Estate. Pena que esta gama não tenha tido um acolhimento
mais caloroso por parte do mercado, pois era um produto interessante,
que se apresentava como a alternativa perfeita às restantes propostas
europeias desta classe. Não obstante, a equipa de design liderada pelo
mago Ian Callum voltou a arriscar, assumindo um desafio sem compromissos
ao conceber uma carrinha de linhas muito sedutoras sem pôr em causa os
valores usuais, como a versatilidade e a modularidade.
Começando pela estética, toda a zona dianteira é
semelhante ao XF de quatro portas, que se mantém até ao pilar B, ponto a
partir do qual a linha de tejadilho flui até à traseira para fechar em
arco junto ao pilar D. Se por um lado isto permite ganhar 48 mm em
espaço para a cabeça dos ocupantes traseiros (face à berlina), por outro
a moldura em alumínio polido em conjunto com os pilares em negro
brilhante resulta numa superfície vidrada lateral escurecida de aspeto
muito clean e dinâmico. De igual modo, o pilar D é igualmente em negro
(brilhante), sendo escamoteado pela tonalidade escura do óculo traseiro,
criando a sensação de uma secção vidrada envolvente, num conjunto bem
conseguido.
Os vincos laterais horizontais enaltecem o comprimento da carroçaria,
mas o pormenor que mais me captou o olhar foi o ombro criado abaixo da
superfícies vidradas, que se estende desde o capot e envolve o
porta-bagagens, cujas linhas planas reforçam o aspeto sólido de que goza
toda a zona posterior. Na secção inferior do para-choques, o encurvado
extrator – onde se albergam as saídas de escape – conjuga-se bem com os
sóbrios grupos óticos de contornos arqueados, inspirados na forma da
moldura lateral dos vidros.
Prático, acima de tudo
Como qualquer carrinha, o Sportbrake oferece maior
versatilidade que a berlina, já que se a bagageira apenas ostenta mais
10 litros que o 4 portas (550 litros), possibilita rebater os bancos –
na proporção 40/60 – e usufruir de 1675 litros, havendo ainda um
conjunto de pequenos itens que potenciam o seu lado prático, como as
calhas sobre as quais correm as argolas de ancoragem (para retenção de
objetos), o alçapão sob o piso guardar objetos, o rebatimento dos bancos
por puxador na mala e o portão traseiro de comando elétrico. De facto,
nada disto é propriamente inovador e, comparativamente, não oferece
muito mais que os concorrentes Audi A6 Avant e BMW Série 5 Touring (em
espaço), perdendo apenas para o ultra espaçoso Mercedes E Station. No
entanto, tendo atenção que as cargas sobre o eixo traseiro serão maiores
que na berlina, os técnicos da marca prepararam uma suspensão
pneumática adaptativa auto-nivelante, de forma a não prejudicar a
dinâmica do XF Sportbrake, mesmo quando a lotação vai esgotada.
Num exercício curioso, numa pista de competição nos
arredores de Edimburgo, a equipa da Jaguar pôs os jornalistas a conduzir
o XF Sportbrake com e sem um frigorífico carregado na bagageira, por
forma a aferirmos da pouca diferença que existe entre ambas situações.
Se há, naturalmente, uma maior sensação de peso quando a carroçaria
atinge o seu ponto de apoio em curva, a verdade é que a postura da
carrinha não se altera nem se degrada em situações de transferência de
peso, como desvios bruscos de trajetória. Um dos fatores que também
concorre para esta eficácia é a rigidez torcional da carroçaria, que
iguala a da variante de quatro portas, o que contribui igualmente para
uma saudável sensação de solidez geral.
Motores nobres
No mercado nacional o XF Sportbrake será animado apenas
por dois motores turbodiesel, com três níveis de potência à disposição.
O mais acessível é o 2.2, que agora desenvolve 200 cv, mérito de
ajustes nos mapas de injeção, embora sem prejuízo para emissões e
consumos.
Já o V6 de 3 litros terá dois patamares de rendimento, com uma versão de
240 cv e outra, designada Diesel S, com 275 cv, ambas já conhecidas.
Todas as motorizações estão associadas à competente caixa automática de
oito velocidades de origem ZF, levando a que o XF faça panache da
suavidade e pujança que evidencia quando solicitado com maior veemência.
Se o 2.2 D satisfaz em pleno, seja em condução descontraída, seja com
uma atitude mais empenhada, quando passamos para o seu irmão mais
potente sentimos um espírito bem desportivo, sobretudo se estivermos a
‘deslizar’ por estradas sinuosas. Com a ajuda das patilhas atrás do
volante para comandar a caixa, e sobretudo com o comando giratório no
modo Sport, o XF incute muita confiança à condução. E tudo devidamente
condimentado com um chassis que, além de estável e seguro de reações,
mostra-se acutilante na inscrição em curva e contido no rolamento, como
atrás referi. Não fosse o facto de estarmos a conduzir à esquerda com
volante à direita, o itinerário pelas estreitas e molhadas estradas de
campo escocesas teria tido outro sabor.
Ao cabo de umas centenas de quilómetros, e num último relance antes de
deixar a sua companhia, não pude deixar de pensar que o XF Sportbrake,
apesar da falta de tradição, tem puro ADN de Jaguar em todos os aspetos,
desde o design exterior ao requinte a bordo, passando pela dinâmica.
Daí que creio que Sir William Lyons teria ficado orgulhoso…
Ficha técnica
Modelo Jaguar XF Sportbrake 2.2 Diesel
Preço €59 700 (Classic)
Motor 4 cilindro em linha, turbodiesel, inj. direta por common rail, TGV, 2179 cm3
Potência 200 cv/3500 rpm
Binário 450 N.m/2000 rpm
Transmissão Traseira, caixa automática de 8 velocidades
Suspensão Duplos triângulos à frente e atrás
Travagem DV/D
Peso 1735 kg
Mala 550 a 1675 litros
Depósito 70 litros
Velocidade máxima 214 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h 8,8 seg.
Consumo médio 5,1 l/100 km
Emissões CO2 135 g/km
Jaguar com Sky Team
A Jaguar e a Team Sky estabeleceram uma pareceria que
visou o fornecimento de veículos de apoio àquela equipa de ciclismo. O
XF Sportbrake proporciona apoio indispensável à equipa durante as
provas, transportando mais de 100 000 libras de equipamento de ciclismo
de tecnologia de ponta apenas no tejadilho. A carrinha funciona Ainda
como o centro de comando da equipa em estrada, onde são tomadas todas as
decisões estratégicas.
Tabela de preços
O XF Sportbrake é proposto em Portugal em quatro níveis
de equipamento, sendo o Classic o de acesso (apenas para o 2.2 D),
passando pelo Luxury e Premium Luxury. Já o Portfolio é adjudicado
somente à motorização 3.0 V6 D de 275 cv.
2.2 Diesel Classic €59 700
2.2 Diesel Luxury €63 093
2.2 Diesel Premium Luxury €70 331
3.0 V6 Diesel Luxury €77 336
3.0 V6 Diesel Premium Luxury €84 298
3.0 V6 Diesel S Premium Luxury €88 248
3.0 V6 Diesel S Portfolio €94 269
Os vincos laterais horizontais enaltecem o comprimento da carroçaria, mas o pormenor que mais me captou o olhar foi o ombro criado abaixo da superfícies vidradas, que se estende desde o capot e envolve o porta-bagagens, cujas linhas planas reforçam o aspeto sólido de que goza toda a zona posterior. Na secção inferior do para-choques, o encurvado extrator – onde se albergam as saídas de escape – conjuga-se bem com os sóbrios grupos óticos de contornos arqueados, inspirados na forma da moldura lateral dos vidros.
Já o V6 de 3 litros terá dois patamares de rendimento, com uma versão de 240 cv e outra, designada Diesel S, com 275 cv, ambas já conhecidas. Todas as motorizações estão associadas à competente caixa automática de oito velocidades de origem ZF, levando a que o XF faça panache da suavidade e pujança que evidencia quando solicitado com maior veemência. Se o 2.2 D satisfaz em pleno, seja em condução descontraída, seja com uma atitude mais empenhada, quando passamos para o seu irmão mais potente sentimos um espírito bem desportivo, sobretudo se estivermos a ‘deslizar’ por estradas sinuosas. Com a ajuda das patilhas atrás do volante para comandar a caixa, e sobretudo com o comando giratório no modo Sport, o XF incute muita confiança à condução. E tudo devidamente condimentado com um chassis que, além de estável e seguro de reações, mostra-se acutilante na inscrição em curva e contido no rolamento, como atrás referi. Não fosse o facto de estarmos a conduzir à esquerda com volante à direita, o itinerário pelas estreitas e molhadas estradas de campo escocesas teria tido outro sabor.
Ao cabo de umas centenas de quilómetros, e num último relance antes de deixar a sua companhia, não pude deixar de pensar que o XF Sportbrake, apesar da falta de tradição, tem puro ADN de Jaguar em todos os aspetos, desde o design exterior ao requinte a bordo, passando pela dinâmica. Daí que creio que Sir William Lyons teria ficado orgulhoso…
Preço €59 700 (Classic)
Potência 200 cv/3500 rpm
Binário 450 N.m/2000 rpm
Transmissão Traseira, caixa automática de 8 velocidades
Suspensão Duplos triângulos à frente e atrás
Travagem DV/D
Peso 1735 kg
Mala 550 a 1675 litros
Depósito 70 litros
Velocidade máxima 214 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h 8,8 seg.
Consumo médio 5,1 l/100 km
Emissões CO2 135 g/km
2.2 Diesel Luxury €63 093
2.2 Diesel Premium Luxury €70 331
3.0 V6 Diesel Luxury €77 336
3.0 V6 Diesel Premium Luxury €84 298
3.0 V6 Diesel S Premium Luxury €88 248
3.0 V6 Diesel S Portfolio €94 269
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