Fontes:razaoautomovel |
Como todos nós sabemos os produtos de origem chinesa são uma porcaria, sejamos sinceros, sapatos que depois de 50 metros pura e simplesmente se desmoleculam, saca-rolhas que sacam apenas 1 rolha, já para não falar em roupas altamente inflamáveis e agora, carros chineses.
Durante muito tempo este foi o cenário e vai continuar a sê-lo, nos próximos tempos. Não sei o que lhes passou pela cabeça, mas se esperam conquistar o mundo com preços baixos, então muito enganados, pelo menos a mim não me apanham, nem que os estejam a dar.
E a razão é simples: ninguém quer um carro que derreta com o calor ou que pura e simplesmente encolha na lavagem. Já imaginaram aquele cheiro característico das lojas do chinês? Isto vai de mal a pior! Estou aterrorizado com a ideia de veículos chineses, porque se os comunistas russos fazem carros inteiramente de aço, então os comunistas chineses vão tentar conquistar o Mundo com «tupperwares», basicamente.
Mas este nem é o verdadeiro problema. O grande problema é a evolução que os chineses têm tido em termos de técnica: deixaram de construir “coisas” com rodas, para agora construir veículos de design semelhante ao europeu. Talvez semelhante demais, já qualidade é outra história.
Mestres na arte do “copianço”, os chineses meteram mãos aos catálogos e à internet e o resultado foi óbvio – refiro-me ao Shuanghuan SCEO HBJ6474Y que em bom português se traduz em “BMW X5 chinês”, ou à cópia do Porsche Cayenne, o Hawtai B35.
Existe até uma tentativa falhada de copiar o Rolls Royce Phantom, o Geely De que tem um preço irrisório de 32.000€. Mas não se ficam por aqui. Há o GWPeri ou «Fiat Panda», o BYD F8 mais conhecido pela espécie de fusão entre um Mercedes-Benz CLK e um Renault Mégane.
A verdade é que podia ficar aqui a embalar-vos até subitamente adormecerem de tédio porque a lista é simplesmente enorme demais, e o interesse é absurdamente reduzido.
Contudo algumas marcas já recorreram aos tribunais para reclamarem o design de vários carros chineses, mas foi tudo em vão uma vez que os tribunais chineses dizem que estas espetaculares cópias não são sequer parecidas com o veículo em questão. Portanto parece que somos só nós que achamos isso.
Agora existe um grande ou melhor, um gigante dilema. Dizemos que as hediosas cópias chinesas são iguais aos brilhantes automóveis europeus, e alimentamos-lhes o ego, ou simplesmente ignoramos e deixamos que fiquem com os seus «tupperwares» a derreter ao sol?! Também acho, os carros chineses que derretam!
Porque quando vou comprar um automóvel, seja ele que marca for, sei o que estou a comprar. A qualidade paga-se e a exclusividade também, mesmo nas marcas generalistas. Porque quem tem dinheiro para comprar um veículo, não vai à China poupar uns trocos por maiores que estes sejam.
Estes carros chineses vão ser tão baratos que se podem tornar quase descartáveis, vamos às compras, e trazemos um ‘Jympow’ (não sei se existe algum «tupperware» com este nome, mas pronto) e se tiverem muito cuidado é possível que dure uma semana.
Em 1980 existiam apenas 1 milhão de carros em território chinês, em 2008 existiam 51 milhões e hoje em dia já são mais 87 milhões. Todos os dias são vendidos mais de 38 mil carros, isso dá um carro a cada 2.3 segundos. E os números continuam: ao todo a Europa vendeu cerca de 16 milhões e 500 mil veículos em 2011, só a China sozinha vendeu 17 milhões e 700 mil, cerca de 1.3 milhões a mais do que nós.
Estes números mostram claramente que os chineses estão a deixar as bicicletas e a consequentemente passar para os carros, que poluem. As fábricas de bicicletas vão fechar e o ar passará a ser composto por dióxido de carbono. E a menos que os chineses comecem a fazer fotossíntese estão lixados.
Os chineses nunca souberam desenhar carros ou seja lá o que aquilo for, eram tão confusos e vergonhosos que preferia andar montado numa vaca. Mas como já tinha referido, a evolução nos últimos 5 anos foi tanta que o resultado é simplesmente abismal. O design dos carros chineses mudou radicalmente, claro, é como na escola: se fazer cábulas ajuda a memorizar a matéria, então copiar ajuda a melhorar, assim sendo os nossos amigos chineses de tanto copiar começam a acertar.
E assim nasceu o Trumpchi e o Roewe, que para quem não sabe são basicamente europeus. Ou melhor apenas um é básicamente europeu, o outro é totalmente chinês, mas eu explico.
O Trumpchi, à esquerda, é baseado no espetacular Alfa Romeo 166. Recorreram ao seu magnífico chassis para assim dar à luz um “automóvel” chinês. Mas de europeu só mesmo o chassis, porque a qualidade continua fugida. Está equipado com motorizações 1.8 e 2.0 litros a gasolina.
Já a Roewe, à direita com todo o seu charme chinês, está disponível em terras de sua majestade como MG, uma marca conhecida pela sua veia desportiva. Ou pelo menos era. Existem atualmente dois modelos já em comercialização: o MG3 (um citadino) e o MG6 (um sedan de segmento médio), a eles irá juntar-se mais um sedan, o MG5 (à direita). Os modelos deverão chegar aos restantes países europeus em breve.
Outro bom exemplo de prosperidade na China é a Qoros, uma marca com grandes influências germânicas mas de origens asiáticas. Uma marca que já teve o privilégio de estar presente noSalão Internacional de Genebra no ano passado, onde se mostrou competente e com qualidades para rivalizar com as grandes marcas do segmento médio.
Os seus modelos são 3 até ao momento – o Qoros 3 Sedan, a carrinha Qoros 3 Estate e um SUV. Viaturas estas que contrariam a ideia de que tudo o que é barato não presta. E pelo que vejo estará à altura.
Todos os veículos de origem chinesa terão de fazer ajustes, de modo a respeitar os limites de emissões de CO2 e restantes normas europeias, logo as motorizações serão alteradas.
O design está apurado mas falta a qualidade, e se há coisa em que os nossos amigos chineses vão apostar agora é nela. Portanto se os chineses chegaram a este ponto em 5 anos, é certo que num futuro próximo, e refiro-me a um prazo de 10 anos no máximo, o mercado europeu estará minado de carros chineses.
Não acreditam? Se há 6 anos vos dissesse que uma marca romena iria invadir a Europa com automóveis acreditavam? Olhem para a Dacia, não consigo ir a lado nenhum sem tropeçar num. Os carros chineses serão os próximos!
A verdade é essa e não a podemos ignorar. Acima de tudo sei de uma coisa, apaixonado por automóveis que sou, nunca irei comprar nenhum. A menos que seja muito, muito barato e apenas para o poder atirar de um penhasco, pelo menos por agora.
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