Boas «escolas» de condução: uma espécie em extinção!


aprender a conduzir 2
Fonte:razaoautomovel


As novas gerações terão dificuldades em aprender a conduzir. Bem, pelo menos daquela forma que vocês sabem… condução a sério!
 O Mégane RS Red Bull RB7. Como devem calcular, foi muito bem recebido. Fizemos questão de lhe mostrar as redondezas… várias vezes! Diz a Renault que este Mégane RS Red Bull RB7 é o tração dianteira mais rápido de sempre a cumprir a volta ao exigente circuito de Nurburgring. A facilidade com que se deixa levar é impressionante. É só travar, apontar e acelerar para sair em direção à próxima curva. Assombrosamente fácil de levar. Sem truques nem manias. Até desligarmos as ajudas electrónicas…
Quando desligamos as ajudas electrónicas entramos num novo mundo. Um mundo onde a condução se faz em modo «old-school». A traseira já gira e a frente já sacode a direção sem apelo nem agravo. O fácil dá lugar ao desafiante e a previsibilidade dá lugar à diversão. Por esta altura já era oficial: estava aos comandos do melhor tração dianteira.

Podemos afirmar que o Mégane RS é um excelente carro de passeio. Entendem...

Podemos afirmar que o Mégane RS é um excelente carro de passeio. Entendem…
E foi enquanto suava e sorria, entre alguns «sustos» e a realização que foi descrever aquela tal curva – todos temos a tal curva não temos? – num momento linear quase perfeito que me lembrei de onde vêm todos aqueles movimentos e golpes de volante que faço instintivamente. Vêm da adolescência. Vêm da escola dos «rafeiros» que frequentei. Uma escola cheia de rufias prontos para atirarem os mais incautos para a valeta mais próxima. Quem eram os rufias?
Eram todos de boas famílias. Uns vinham de França outros de Itália e ainda alguns da Alemanha. Mas não era por isso que eram bem comportados. Foram sempre os mais rebeldes da «casa». Não gosto de mencionar nomes, mas passado todos estes anos acho que não haverá problema: Volkswagen G40; Citroen Saxo Cup; Citroen AX GTI; Fiat Uno Turbo I.E; Peugeot 205 GTI. 

Citroen AX 1.0 Ten em Nurburgring. Exactamente igual ao meu primeiro carro.

Citroen AX 1.0 Ten em Nurburgring.
Uma espécie de educação «à inglesa», onde a máxima é “a melhor forma de aprender a correr é tropeçar, cair e voltar a tentar!”. Neste caso traduzido em meios piões, borracha queimada e trajectórias alargadas.
Foi então que me deparei com esta questão: onde é que as novas gerações vão aprender a conduzir? Quero dizer: conduzir realmente!  Os automóveis estão mais potentes, estão mais rápidos, mais seguros e fiáveis. Mas em alguns casos, mesmo com potências perto dos 300cv são quase tão insípidos quanto um utilitário, como é o caso do Seat Leon Cupra R. Serão como poetas que não rimam, cantores que não cantam e pintores que não pintam. Neste caso, condutores que não conduzem, são conduzidos.
Claro que toda a regra tem a sua excepção. O Renault Mégane RS Red Bull RB7 é uma dessas excepções, uma excepção em extinção.
A questão que coloco é: onde é que as novas gerações vão aprender estas driving skill’s? As driving skill’s necessárias para conduzir um carro sem as ajudas electrónicas. A pegarem num Mégane RS, desactivarem aquele botão e dizerem: EU SEI CONDUZIR! Os «modelos escola» são cada vez menos, ou nenhuns. Os engenheiros da Peugeot já afirmaram publicamente que o novo 208 GTI, por exemplo, não terá o carácter “traseira solta” do 205GTI porque as novas gerações não estão aptas para conduzir um carro assim.
Hoje os desportivos compactos, as escolas de outrora são mais potentes, mais rápidos, mais tudo. Mais proteccionistas inclusive. Mas não são a escola de condução que as gerações mais novas precisam para aprender a conduzir. E assim, uma vez mais tal como no passado, vão ter de recorrer aos professores de antigamente. Que vendem as suas lições no mercado de usados cada vez mais caras…
Apanhem um enquanto podem. Nunca se sabe quando terão de conduzir um Mégane RS, um Toyota GT-86 ou quem sabem um Porsche ou um Ferrari sem ajuda das «rodinhas».

driving-skills-experiance-is-greater-than-money

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